DEMETRINHO ARRUDA
Tive uma infância foi bem singular se comparada com a maioria das crianças que conheço e conheci. Nasci na Cidade de Nobres/MT, fui adotado por um casal de Rosário Oeste/MT a quem devo minha gratidão e amor sincero, pois para mim, são meus pais, e ponto.
Cresci em meio a natureza, além de crescer em um município considerado de aspecto rural, meu pai era seringueiro, e por isso, morei no conhecido nortão do Estado, em plena mata, isolado de tudo e de todos. Para se ter uma ideia, o vizinho mais próximo ficava aproximadamente 06 km da nossa "barraca", casebre de madeira, geralmente construída pelo próprio seringueiro para sua morada, enquanto durar sua estadia ali naquela região. quero falar deste meu nome.
Mas voltando para o assunto do post, este meu nome "Demetrinho". Por muito tempo sofri bastante por não entender por que meu pai colocou esse nome, foi sem dúvidas uma infância traumática quando se tratava de dizer o nome ou ouvi-lo em público. Mas depois de adulto, e só depois dos 29 anos, comecei ter um outro olhar sobre esse nome. Penso que esse nome pode ser e realmente é algo que me destaca, quer seja por espanto, ou gozações nos primeiros contatos com alguém, sempre ficará gravado na mente de quem me conhece, aquele rapaz do nome estranho.
Como ator, comunicador, jornalista, apresentador de TV, gestor e produtor cultural, só tenho a agradecer pela popularidade que o nome me proporciona. Se você tem um nome que acha diferente, estranho ou até mesmo feio. Não se preocupe, o tempo se encaminhará de lhe mostrar as vantagens de ter um nome incomum. Fique tranquila(o).
Ass: Demetrinho Arruda - Jornalista, ator, apresentador de tv e mímico.
Quem sou... Sou filho do vento, concebido por uma tal "desconhecida por mim" e um tal que "nem imagino de que buraco saiu" fui muito bem criado por uma casal de pessoas excelentes, Ela (Bonifácia de Arruda,(53) mulher honrada, de poucas palavras e de fino trato, daquelas que vc tem que pensar bem antes de falar uma gracinha ou inocente brincadeira para não ser mal interpretado, afinal sendo criada na roça na região do engenho, abriu mão dos estudos para se dedicar na lida da roça ao lado do seu pai e sua mão enquanto uma porção dos irmãos que ao todos são 06 homens e 05 mulheres, gente simples e honesta, batalhadores, bobreviventes do sistena (estes são o lado "Arruda" da Familia originários da região do Baús e engenho) e Ele ( Demétrio F. Silva,(72) homem honrado, em sua mocidade foi lavrador,nascido na região (sítio) do Pai Eterno, estudou pouco, aprendeu muito diz ele (o antigo mobral, acho que é assim que se escreve...equivalente a 3° ou 4° série, creio que vc saiba mais que eu deste assunto) foi professor de artesanato no colégio Arthur Borges na cidade Rosário Oeste, cidade onde fui registrado e vivi boa parte de minha infãncia. Foi também ceringueiro, profissão que o maculou muito e hoje vive debilitado pela cegueira quase total parcial surdez etc...devido ao esforço físico e às seguidas picadas de cobras; também se habilitou como curandeiro com certa fama na região, artifício que herdou de um amigo qdo morou no Bandeira, aqui mesmo em Cuiabá, com este ofício que muito se orgulha até os dias de hoje sustentou a família e livrou-nos de passar fome, fome que nunca de fato conhecí no teto dos meus pais, faltava roupas, calçados mas comida não...Por mais pobre que fomos, paro hoje e penso, como ele conseguia receber tantas visitas sempre de panela cheia, todos comiam bebiam, e nunca faltava proventos, claro que dificuldades eram sempre presentes, contudo meu pai tinha o lema: Visita que chega, seja nas horas mais impróprias sempre era bem vinda, era não, ainda o é, outro dia pude presenciar ele numa angústia danada, a casa com visitas ele a toda hora chamava: "Buní" djá tá pronto o boião, vêdja lá, Ora! Bamo comê minha dgente. Ví lacrimejar os olhos de alguns familiares presentes, que talvez relembraram o tempo de glória do "Seu Demétrio, ô home bom". Recordo palavras recentes de dna Isabel, amiga de mesma idade ou até mais avançada: (chorando em receber ilustre visita em sua barraca de tábua) - Ô seu Demétrio, num acredito que o sr tá aqui...tá veinho também né! (olhando para mim disse) - Chô Pai, hodje tá ansim, mas esse homem (aumentando o tom da vóz chorosa e suspirando, pensei até que a dona iria ter um ataque)- Óia, esse homem tchegava do ceringar, com um monte de dinheiro, repartia comida "co nós" se ele comprasse 01kl de carne, e se soubesse que os vizinho tava precisano,ele repartia no meio e... (Não terminando a frase abraçou ao Seu Demétrio, amparada pelo seu esposo "Manesinho) (...) Saí do seio familiar com 15 anos para morar na Capital estudar, trabalhar e lutar por um lugar ao sol, de vendedor de "refrescos, picolés, salgados,limpar quintal, roçar, ceringueiro, fotógráfo com as antigas maquininhas LOVE (rsrsrsrs cada coisa), feirante, vendedor de leite (na bicicleta cargueira), vim para Cuiabá tentar melhorar de vida, fui recepcionado como "orelha sêca" (kkkk nem fazia idéia dessa função) (...) Hoje com 30 anos, ainda não tenho tudo que quero, mas tenho o que preciso para viver: Demetrinho de Arruda Filho (Demétrio Arruda) Tem muito mais coisas que gostaria de compartilhar nestas poucas linhas, porém não posso ocupar tanto tempo escrevendo a minha história de vida, e essa história ainda não está nem proxima do desfecho, aliás esta a pleno vapor. Por hora vou registrando aqui...e preenchendo essas enormes lacunas (...).
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