Trêmulo de
dor.
Agora falta-me o ar,
Estou suspenso sem voar.
A mente cheia de um vazio,
Cada segundo traz um calafrio.
O coração bate sem nenhuma sincronia,
Os pensamentos tortuosos exalam melancolia.
Já não há plateia para aplaudir o movimento que ensaiei,
O que realmente importa nesta vil vida de artista? Já não sei.
Os amores se vão, as pessoas desaparecem, o sentimento humano entorpece,
O dia e a noite se confundem no eterno por vir, até a beleza do silêncio me
ensurdece.
Chegou a hora de derrubar a quarta parede, explorar este que pode ser um
caminho sem volta?
Mas tenho medo de deixar o palco que me acolhe, e depois descobrir que lá fora
nada mais conforta.
Sinto vergonha por ter feito tão pouco. Quem poderia imaginar que um dia a arte
ficaria trancada atrás da porta.
Desci relutante, me misturei à plateia, não posso olhar pra trás, mas sinto que
estou incompleto e totalmente dilacerado.
Finalmente
estou liberto, junto e misturado, o bumbum tantã, a vida louca me embala,
provei do oscio humano e nele me delicio.
A
vida segue então o seu fluxo, mil cairão a sua direita, mil cairão a sua esquerda, mas seu coração
permanecera como o palco: VAZIO.
Demetrinho Arruda é jornalista graduado pela UFMT.
Ator, produtor e cidadão do mundo.
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